Zoroastrismo (parte 2 de 2): Monoteísmo – a religião original

Por Aisha Stacey (© 2015 IslamReligion.com)

Descrição: Os masdeístas praticavam uma forma primitiva de monoteísmo.  Os masdeístas são zoroastrianos.

Como muçulmanos acreditamos que todas as pessoas nascem com a inclinação natural para adorar a Deus; Um Deus, não uma pletora de deuses e semideuses.  Portanto, faz todo sentido que no mundo antigo, incluindo no Império Persa, existissem pessoas que adoravam o Deus Único. O Islã completa e purifica esse monoteísmo.

Diz-se que Zoroastro era virtuoso, nobre e compassivo.  Pregava que uma vida moral pavimentava o caminho para bênção eterna.  Encorajava seus seguidores a amar os virtuosos e ter compaixão pelos angustiados.

Como o Islã, o Zoroastrismo não discrimina entre homens e mulheres e ambos os sexos são tratados igualmente nos textos religiosos. Não há tratamento preferencial em relação aos filhos homens e os filhos devem honrar pai e mãe igualmente.   

O que exatamente o Alcorão tem a dizer sobre essas religiões monoteístas que pré-datam o Islã que conhecemos hoje? Quem são as pessoas mencionadas junto com judeus e cristãos?

“Quanto aos crentes, judeus, sabeus, cristão, masdeístas ou idólatras, certamente Deus os julgará a todos no Dia da Ressurreição, porque Deus é Testemunha de todas as coisas.” (Alcorão 22:17)

Zoroastro tinha uma grande reputação como sábio e médico. Estabeleceu muitos templos do fogo e suprimiu a adoração de demônios e o uso de mágica, bruxaria e feitiçaria.[1]Os zoroastrianos eram de fato pessoas mencionadas no Alcorão como masdeístas.

Embora os antigos gregos vissem Zoroastro como o fundador da religião dos persas, embelezaram a história dele a um ponto de criarem uma existência nova e moderna para Zoroastro.  Foi colocado em um passado antigo impossível, algo como 6 ou 7 milênios antes da Era Comum e invariavelmente era descrito como um rei ou um sábio.  Zoroastro começou a ser retratado não apenas como feiticeiro e astrólogo, mas também como inventor de mágica.  O amor grego pela sabedoria exótica e a evolução da palavra mago, de sábio a praticante de mágica, foram combinadas para definir Zoroastro de forma incorreta como um mágico e os zoroastrianos como mágicos.

A origem da palavra magi em fontes persas não é clara, mas seu uso nas escrituras zoroastrianas parece se referir a um membro de uma tribo ou grupo, possivelmente levando à palavra masdeísta como denotando os zoroastrianos.  Na literatura cristã os três homens que viajam do Oriente para encontrar o Jesus recém-nascido são referidos como magi ou homens sábios. 

A origem e significado da palavra sabeu (mencionada no Alcorão com a palavra masdeísta) também é envolvida em mistério. Entretanto, podemos estar certos que masdeístas e sabeus eram dois grupos religiosos distintos e diferentes.

Os sabeus originais não adoravam os anjos ou as estrelas, mas diz-se que seguiam os ensinamentos do profeta Abraão. Em resumo, suas crenças e monoteísmo eram semelhantes aos dos judeus, mas vieram antes dos judeus possivelmente desde o tempo do profeta Noé.  Os sabeus são algumas vezes chamados de o povo do profeta Abraão, assim como os judeus são chamados de o povo do profeta Moisés[2].   Todos os quatro grupos religiosos mencionados no Alcorão, judeus, sabeus, cristãos e masdeístas, praticavam formas de monoteísmo, algumas vezes adulteradas e, portanto, nem sempre o monoteísmo puro do Islã.

Assim, em conclusão, descobrimos que os zoroastrianos nunca foram adoradores do fogo, mágicos, feiticeiros ou astrólogos.   Em uma época o Zoroastrismo dominou uma área que ia do que é hoje Roma e Grécia até Índia e Rússia.[3] Seus números caíram quando o Império Persa foi conquistado no século 7 EC. 

Os zoroastrianos não pregam sua religião. De fato, muitos zoroastrianos modernos afirmam que a conversão à religião deles é impossível.   Embora existam sacerdotes, não há hierarquia e intermediários entre as pessoas e Deus.  A doutrina básica do Zoroastrismo gira em torno de bons pensamentos, boas palavras e boas ações.[4]

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