Conversas no paraíso e inferno (parte 1 de 3): Conversando com anjos

Por Aisha Stacey (© 2016 IslamReligion.com)

Descrição: O que nossos companheiros de uma vida nos dirão ao entrarmos em nossa morada eterna.

 

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Começamos com uma nova série de artigos sobre as conversas que ocorrem no paraíso e inferno.  Espera-se que ao nos lembrarmos do que nos foi descrito do paraíso/jardins celestiais e inferno, seremos capazes de experimentar e imaginar os eventos que ocorrerão quando estivermos face a face com nossa morada na outra vida.

Por que Deus nos deu uma visão dessas conversas?  O Alcorão está repleto de, não apenas descrições dos jardins celestiais e infernos, mas de conversas, diálogos, discursos e discussões intelectuais.  Quando cenários semelhantes são repetidos com insistência é uma indicação de que Deus está dizendo: “Preste atenção!”  Portanto, nos incumbe fazer exatamente isso: prestar atenção, seja com esperança pela morada abençoada conhecida como jardins celestiais, ou buscar nos proteger do fogo do inferno.  A informação é repetida com insistência para nos fazer pensar seriamente.

Nos artigos que se seguem examinaremos várias categorias diferentes de conversas.  As conversas dos anjos com as pessoas dos jardins celestiais e com as pessoas do inferno, as que ocorrem entre as pessoas dos jardins celestiais e do inferno com seus familiares, e também as conversas que Deus tem com as pessoas dos jardins celestiais e do inferno.  Além disso, examinaremos o que as pessoas dos jardins celestiais e do inferno dizem entre si, uns para os outros e seus diálogos internos.  Comecemos com as conversas entre anjos e as pessoas da outra vida.

Conversa com anjos

Anjos habitam entre seres humanos desde nosso começo até o último momento.  São responsáveis por soprar a alma no feto, registram nossas boas e más ações e extraem as almas de nossos corpos na hora da morte.  Quando entramos em nossa morada eterna, nossa outra vida, estão conosco e seremos capazes de conversar com eles.

As pessoas dos jardins celestiais

A morada eterna daqueles que viveram suas vidas com paciência diante de adversidade e se empenharam para serem virtuosos em tempos de dificuldade e facilidade são os jardins celestiais eternos, conhecidos como Jannah.  Quando as pessoas que passarão a eternidade nos jardins celestiais entrarem em sua nova morada, os anjos as saudarão.  São os guardiões dos jardins celestiais e dirão: “Entrem aqui em paz, por causa de sua paciência!”  Os jardins celestiais são um local de serenidade eterna e satisfação total.

“Em troca, os tementes serão conduzidos, em grupos, até ao Paraíso e, lá chegando, abrir-se-ão as suas portas e os seus guardiães lhes dirão: Que a paz esteja convosco! Quão excelente é o que fizestes! Adentrai, pois! Aqui permanecereis eternamente.” (Alcorão 39:73)

Todo o sentido de injúria ou dor será removido de seus corações.  Responderão aos anjos louvando a Deus e a conversa continua.

“…Louvado seja Deus, que nos encaminhou até aqui; jamais teríamos podido encaminhar-nos, se Ele não nos tivesse encaminhado. Os mensageiros de nosso Senhor nos apresentaram a verdade. Então, ser-lhes-á dito: Eis o Paraíso que herdastes em recompensa pelos que fizestes.” (Alcorão 7:43)

As pessoas do inferno

As conversas que ocorrerão entre anjos e as pessoas do inferno serão completamente diferentes.  Os habitantes do inferno terão uma experiência totalmente diferente.  Ao invés de esperarem ansiosamente pela entrada em sua nova morada, as pessoas destinadas ao inferno serão agrupadas como gado e arrastadas pelos anjos encarregados do fogo.  Enquanto as pessoas desoladas são jogadas no fogo, os anjos dirão: “Não lhes chegou um admoestador?”

A ponto de estalar de fúria. Cada vez que um grupo (de réprobos) for precipitado nele, os seus guardiães lhes perguntarão. “Acaso, não vos foi enviado nenhum admoestador?” Dirão: “Sim! Foi-nos enviado um admoestador, porém desmentimo-lo, dizendo: Deus nada revelou! Estais em grave erro!” E dirão (mais): “Se tivéssemos escutado ou meditado, não estaríamos entre os condenados ao tártaro!” (Alcorão 67:8-10)

Essa, entretanto, não foi a primeira vez que esses habitantes do fogo tiveram uma conversa com os anjos.  Quando o anjo da morte e seus assistentes se reúnem para remover as almas dessas pessoas perguntam sem rodeios: “onde estão aqueles que adoravam ao lado de Deus?” Porque nessa etapa da vida de uma pessoa seus ídolos estão claramente ausentes.

…até que se lhes apresentem os Nossos mensageiros (Anjo da Morte e seus assistentes) para separá-los de suas almas e lhes digam: “Onde estão aqueles que invocáveis, em vez de Deus?” Dirão: “Desvaneceram-se!” Com isso, confessarão que tinham sido descrentes. (Alcorão 7:37)

Depois de algum tempo os habitantes do inferno começam a perder toda a esperança.  Têm clamado por Deus, mas não recebem resposta e começam a implorar aos anjos, os guardiões.  Chame seu Senhor, dirão. Peça a Ele para aliviar nossa punição.   Os anjos respondem com palavras que aumentam seus desapontamentos.

“E os que estiverem no Fogo dirão aos guardiões do Inferno: ‘Suplicai ao vosso Senhor para que nos alivie um dia do castigo.’ Retrucar-lhes-ão: ‘Acaso, não vos apresentaram, os vossos mensageiros, as evidências?’ Dirão: ‘Sim!’ Dir-lhes-ão: ‘Rogai, pois, embora o rogo dos descrentes seja improfícuo!’” (Alcorão 40:49-50

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