A HISTÓRIA DE MOISÉS (PARTE 2 DE 12): CONFIANÇA EM DEUS

  • Por Aisha Stacey (© 2012 IslamReligion.com)
  • Descrição: A mãe de Moisés demonstra que não existe ninguém mais confiável do que Deus.

  • The_Story_of_Moses_(part_2_of_10)_PT-BR_001.jpgExistem lições para a humanidade através da história de Moisés, que são aprendidos não somente após sua missão profética; ao invés disso, são encontrados mesmo quando era um recém-nascido. O comportamento de sua mãe virtuosa nos dá várias lições que são relevantes mesmo hoje.  Confie em Deus!

    Moisés nasceu em um ano no qual os filhos dos Filhos de Israel eram mortos no momento em que nasciam.  Imagine o temor que permeou cada aspecto da vida sob tais condições.  A gravidez não era um evento a ser celebrado e apreciado, mas uma fonte de temor e insegurança.

    Os guardas de segurança perambulavam pelas ruas e invadiam as casas procurando mulheres grávidas, e por isso a mãe de Moisés ocultou sua gravidez.  Imagine as condições sob as quais ela deu à luz: temerosa, em silêncio, provavelmente envolta na escuridão.  Estava cercada por mulheres ou sozinha?  O marido segurava sua mão orando para que ela não gritasse revelando-se aos vizinhos ou guardas?

    Independente das condições, Moisés nasceu.  Um menino.  O coração de seus pais deve ter se apertado com alegria e temor simultaneamente.  O que fariam agora? Como ocultariam um bebê recém-nascido?  A mãe de Moisés era uma mulher virtuosa, devota e temente a Deus e, portanto, em sua hora de necessidade voltou-se para Deus e Ele inspirou suas próximas ações.

    “E inspiramos a mãe de Moisés: Amamenta-o e, se temes por ele, lança-o ao rio; não temas, nem te aflijas, porque to devolveremos e o faremos um dos mensageiros.” (Alcorão 28:7).

    A mãe de Moisés passou os últimos meses ocultando sua gravidez por temor de que sua criança seria morta, agora enquanto ela prende a respiração Deus a inspira a jogá-la no rio.  Não em um córrego manso, mas no rio Nilo, um rio enorme e poderoso com uma forte corrente.  Sua reação inicial deve ter sido de que tal ação o condenaria à morte certa.

    A mãe de Moisés confiou em Deus.   “… não temas, nem te aflijas, porque to devolveremos…” Ela fez uma cesta à prova d’água, colocou seu pequeno bebê dentro e o jogou no rio.  Ibn Kathir narra que quando a cesta tocou a água, a corrente violenta se tornou calma e mansa, levando a cesta silenciosamente rio abaixo.  A irmã de Moisés foi instruída pela mãe a caminhar silenciosamente pelos canaviais e seguir a cesta em sua jornada.

    A cesta com sua carga preciosa desce o rio Nilo, passando por casas, barcos e pessoas sem ser notada até que para no palácio do faraó.  A irmã de Moisés observa com medo, quando alguém da casa do faraó remove a cesta do rio.  Moisés foi jogado no rio para escapar da morte certa e foi parar no palácio do faraó.  Com certeza era demais para uma mãe aguentar, entretanto, os eventos que se seguiram demonstrarão que a promessa de Deus é verdadeira.

    “Mas, a quem temer a Deus, Ele lhe apontará uma saída. E o agraciará, de onde menos esperar. Quanto àquele que se encomendar a Deus, saiba que Ele será Suficiente, porque Deus cumpre o que promete. Certamente Deus predestinou uma proporção para cada coisa.”(Alcorão 65:2-3)

    O bebê Moisés foi levado para Asiya, a esposa do faraó.  Asiya, em contraste com seu marido arrogante e orgulhoso, era uma mulher virtuosa e misericordiosa.  Deus abriu seu coração e Asiya ao olhar para o pequeno bebê se sentiu tomada de amor por ele.  O casal real era incapaz de conceber um filho e esse pequeno bebê despertou seus instintos maternais.  Asiya o apertou em seu peito e pediu ao marido que aceitasse a criança na família.

    Possivelmente contra seu melhor julgamento, o faraó aceitou a criança que era parte do plano de Deus para derrubar a casa real.  Longe de abandoná-lo, Deus colocou Moisés como filho real do Egito provendo-lhe com o apoio humano mais forte na terra.  Asiya e o faraó agora tinham um filho, que estava protegido pela pessoa que tinha tentado matá-lo.

    “A família do Faraó recolheu-o, para que viesse a ser, para os seus membros, um adversário e uma aflição; isso porque o Faraó, Haman e seus exércitos eram pecadores. E a mulher do Faraó disse: Será meu consolo e teu. Não o mates! Talvez nos seja útil, ou o adoremos como filho. E eles de nada se aperceberam.” (Alcorão 28:8-9)

    Asiya convocou amas de leite ao palácio, mas a pequena criança se recusou a mamar. Isso causou grande aflição; naquela época não havia fórmulas ou suplementos para bebês para oferecer a criança.  Nesse estágio o palácio real estava em desordem e as mulheres da casa estavam ao redor de Asiya e seu novo bebê. Consequentemente, ninguém notou a presença da irmã de Moisés entre as servas.  Ela reuniu toda sua coragem e se apresentou oferecendo uma solução.  Disse que conhecia uma mulher que amamentaria o bebê com muito carinho.  Por que o casal real aceitaria o conselho de uma criança desconhecida, se não fosse para cumprir o plano de Deus?  A irmã de Moisés recebeu ordens de correr e buscar a mulher.

    “E fizemos com que recusasse as nutrizes. E disse (a irmã, referindo-se ao bebê): Quereis que vos indique uma casa familiar, onde o criarão para vós e serão seus custódios.” (Alcorão 28:12)

    A mãe de Moisés estava em casa.  Estava descansando ou chorando em silêncio? Não sabemos, mas Deus nos diz que o coração dela estava vazio e que ela estava prestes a se revelar.    Estaria considerando correr rio abaixo e procurar histericamente entre o canavial? Deus a aliviou de seu tormento quando sua filha entrou correndo pela casa sem fôlego relatando a história que tinha acontecido com Moisés.

    Mãe e filha não perderam tempo retornando ao palácio.  Quando Moisés foi entregue à sua verdadeira mãe, acomodou-se imediatamente e começou a mamar.  De acordo com Ibn Kathir, a família, incluindo o próprio faraó, ficou atônita.  O faraó perguntou a mulher quem ela era e ela respondeu: “Sou uma mulher com leite doce e cheiro agradável e nenhuma criança me recusa.” O faraó aceitou essa resposta e assim Moisés foi devolvido aos braços de sua mãe e criado no palácio como um príncipe do Egito.

    “Restituímo-lo, assim, à mãe, para que se consolasse e não se afligisse, e para que verificasse que a promessa de Deus é verídica. Porém, a maioria o ignora.” (Alcorão 28:13)

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