A história de José (parte 3 de 7): Vendido como escravo

Por Aisha Stacey (© 2008 IslamReligion.com)

Descrição: José é resgatado do poço, vendido como escravo e é estabelecido em uma das maiores casas do Egito.

 

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Desviados pelos sussurros de Satanás e cheios de inveja e orgulho, os irmãos enganaram o pai Jacó e traíram o irmão mais novo.  Jogado no poço por seus irmãos mais velhos, José, o filho amado do profeta Jacó, escalou durante a noite até uma borda e tentou por sua confiança em Deus.  O tempo passou devagar e o calor do sol da manhã atingiu fortemente a terra.  Mais tarde naquele dia uma caravana em viagem para o Egito se aproximou do poço.

Quando a caravana chegou os viajantes estavam ocupados cuidando dos camelos, dos cavalos, alguns desempacotando e outros preparando comida.  Um deles foi ao poço e jogou seu balde, feliz antecipadamente pela água fresca e limpa.  José ficou surpreso quando o balde foi na direção dele, mas antes que atingisse a água, ele o segurou e subiu pela corda.  Surpreso com o peso do balde, o homem olhou para dentro do poço.  Ficou chocado e excitado quando viu uma criança subindo pela corda.  O homem chamou seus companheiros para ajudá-lo a tirar a criança do poço e todos ficaram maravilhados com a visão dessa bela criança, que ainda não tinha chegado à adolescência, parada diante deles.

Olhando para o menino o homem não pode conter sua excitação e gritou: “Boas novas!” (Alcorão 12:19) O homem estava muito feliz e imediatamente decidiuvender José, sabendo que ele daria um bom dinheiro no mercado de escravos.  Como os irmãos tinham previsto, os homens da caravana levaram José para o Egito esperando vendê-lo por um bom preço.  Os mercados de escravos do Egito estavam cheios de gente, umas comprando, outras vendendo, outras apenas observando os procedimentos.  O belo menino encontrado no poço atraiu muitos espectadores e os lances por ele foram imediatos.  O preço continuou a subir além das expectativas e no fim José foi comprado por Aziz, o ministro chefe do Egito.

Entretanto, Deus nos diz no Alcorão que o venderam por um preço baixo.  (12:20) Isso não parece fazer sentido, uma vez que os homens da caravana estavam jubilantes com o preço que receberam.  Deus descreveu o preço como baixo porque José de fato valia mais do que jamais podiam imaginar.  Os homens não perceberam quem essa criança se tornaria ao crescer.  Acreditavam que embora belo, José fosse insignificante.  Nada podia estar mais distante da verdade e se o tivessem vendido pelo seu peso em ouro, teria sido barato pelo homem que José, o profeta de Deus, se tornaria.

Na casa de Aziz

O ministro chefe, Aziz, percebeu imediatamente que essa não era uma criança comum.  Levou-o para casa, uma das grandes mansões do Egito, e disse para sua esposa:

“Acolhe-o condignamente; pode ser que nos venha a ser útil, ou poderemos adotá-lo como filho. Assim estabilizamos José na terra, e ensinamos-lhes a interpretação das histórias.” (Alcorão 12:21)

Deus colocou José na casa da segunda pessoa mais importante do Egito.  O ministro chefe Aziz era mais que apenas um primeiro-ministro, era também o tesoureiro do Egito.  Deus estabeleceu José na terra para ensinar-lhe sabedoria e compreensão.  O empenho e luta exigidos de José para superar a separação de seu pai e família, a dificuldade de ser traído por seus irmãos mais velhos que deveriam protegê-lo, a angústia no poço e a humilhação de ser vendido como escravo foram todos testes designados para moldar o caráter de José.  Foram os primeiros passos na escada para a grandeza.  Deus usou a trapaça dos irmãos de José para cumprir Seu plano de estabelecer José como profeta de Deus.

Os irmãos de José acreditavam que tinham tudo sob controle quando colocaram o irmão no poço, mas na realidade a situação estava fora de seu controle.  Deus é Quem está no controle de todos os assuntos.  Deus foi decisivo em Sua ação e Seu plano foi executado apesar da trapaça, inveja e orgulho de outros.  José se viu no centro de decisões do Egito com um homem que parecia gentil e de algum modo ciente das qualidades especiais de José.  Enquanto sentia falta de seu pai e do irmão Benjamim, José foi bem cuidado e morava em locais luxuosos.  José cresceu na casa de Aziz e Deus concedeu a ele bom julgamento e conhecimento.

“E quando alcançou a puberdade, agraciamo-lo com poder e sabedoria; assim recompensamos os benfeitores.” (Alcorão 12:22)

Deus concedeu a José conhecimento e sabedoria.  Não apenas uma, mas ambas as qualidades.  Recebei a habilidade de compreender e de usar o bom julgamento ao aplicar seu conhecimento.  Esse não é sempre o caso.  Há muitas pessoas na história do mundo até o dia de hoje que têm conhecimento, mas não têm a habilidade ou julgamento para aplicar esse conhecimento de maneira eficiente.

Um dos grandes sábios do Islã, o Imam Abu Hanifa, mantinha círculos regulares de aprendizado nos quais apresentava um tópico para debate.  O tópico era discutido e opiniões eram apresentadas e então o Imam Abu Hanifa dava um veredito final.  Essa forma de ensinar era única naquela época.  Havia entre esse círculo de aprendizado um sábio das narrações do profeta Muhammad, que recitou uma que o Imam Hanifa nunca tinha ouvido antes.  Justo naquele momento uma mulher se aproximou do círculo e fez uma pergunta.  O sábio respondeu que não sabia a resposta, mas o Imam Abu Hanifa foi capaz de respondê-la.  Então ele se voltou para os membros do círculo de aprendizado e disse: “Sei a resposta para essa pergunta do hadith que nosso irmão acabou de mencionar.” Assim, é possível ter o conhecimento, mas não saber como aplicá-lo.  O profeta José, como todos os profetas de Deus, recebeu o conhecimento e a sabedoria para compreendê-lo e aplicá-lo.

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